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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Diabetes e Exercício


 O Diabetes Mellitus (DM) compreende uma doença milenar, acompanhando a humanidade até os dias de hoje. É um importante problema mundial de saúde, tanto em termos no número de pessoas afetadas, incapacidade, mortalidade prematura, quanto nos custos envolvidos no controle e no tratamento de suas complicações. A incidência desta doença vem aumentando principalmente nos países desenvolvidos, devido à modificação nos hábitos alimentares e com o sedentarismo dos tempos modernos (Mondini e Monteiro, 1996).
 Estima-se que só nos Estados Unidos, 16 milhões de pessoas são diabéticas, e 90 a 95% deste total possui DM Tipo II (Colberg e Swain, 2000). Calcula-se que em 2025, possam existir cerca de 11 milhões de diabéticos no Brasil, representando um aumento de mais de 100% em relação aos atuais 5 milhões de diabéticos (Lerário, 1998). Um estudo multicênico realizado pelo Ministério da Saúde (2002), revelou o alto grau de desconhecimento da doença, 46,5% dos diagnósticos desconheciam o fato de serem portadores de DM. No Brasil a prevalência de DM por grupo etário na população de 30 a 69 anos, se encontra desta forma: 30-39 anos (2,7%); 40-49 anos (5,5%); 50-59 anos (12,6%); 60-69 anos (17,3%).

 Em muitos casos onde não há nenhum sintoma aparente a doença é diagnosticada por meio de exames de rotina, em outros, o quadro apresenta-se em estágio avançado, com queixas relativas às complicações neuropáticas, retinopáticas e vasculares. Os indivíduos diabéticos, em geral apresentam doenças associadas tais como: hipertensão, dislipidemia, obesidade (tipo II), doença isquêmica do coração, pode-se dizer que o exercício físico regular além de contribuir para melhora do estado glicêmico, diminui sobremaneira os fatores de risco relacionados as doenças cardiovasculares.

O tratamento do DM pode ser realizado por meio de modificações dietéticas, perda de peso ou uso de drogas antidiabéticas orais. Outro fator de prevenção e auxilio no tratamento da Diabete e da diminuição das complicações associadas, é o exercício físico que contribui com uma melhor qualidade de vida ao diabético. Atuando preventivamente quando da implantação de um programa de exercício físico, dieta sã e equilibrada, assistência médica, educação do paciente e da equipe sanitária.
    Alguns estudos mostram essa união entre exercício físico e nutrição no controle do DM, exemplo o estudo de Neuhouser et al (2002), demonstrando que os 1728 homens e mulheres diabéticos, que durante um ano tiveram controle alimentar e praticaram exercício físico moderado regular, diminuíram o risco da doença em 42%. Yoo et al (2004) também demonstraram resultados positivos no controle do DM Tipo II, através da mudança drasticamente do estilo de vida de 29 pacientes diabéticos, através de uma dieta balanceada, exercício físico regular e moderado e controle de saúde.
    Outros estudos têm demonstrado que o exercício físico diminui a hipertensão arterial, contribui na redução do colesterol e triglicerídeos no sangue, portanto colaborando na redução e evolução das doenças cardiovasculares.

Os benefícios do exercício regular em diabéticos, incluem, a redução da perda da massa óssea (osteoporose), aumenta o fluxo sangüíneo muscular e a circulação de membros inferiores; contribui na redução de peso, bem como na manutenção do peso normal e da massa muscular, se o exercício for associado a uma dieta hipocalórica.
Os exercícios regulares aceleram as adaptações metabólicas e hormonais que aparecem no início do exercício físico e contribuem para reduzir as necessidades da insulina, também aumentam a sensibilidade à insulina de forma semelhante ao indivíduo saudável, por um aumento significativo à responsividade dos receptores de insulina, proporcional à melhora da aptidão física.

Antes de iniciar um programa de exercícios físicos, indivíduos diabéticos, devem passar por uma avaliação médica detalhada com métodos diagnósticos adequados. Inicialmente traçada uma história clínica e realizado um exame físico, com particular atenção nas possíveis complicações micro e macrovasculares (neuropatia, retinopatia, doenças cardiovasculares, controle glicêmico), que podem ser agravadas pelo programa de exercício. Além de glicemia de jejum; hemoglobina glicosilada, perfil lipídico, análise de proteínas na urina e avaliação oftalmológica.
    Outro item de extrema importância, como complemento na avaliação de DM, mesmo que não sejam portadores de doença cardiovascular é o teste ergométrico. Recomenda-se principalmente ao se iniciar um programa de exercícios de intensidade moderada a alta em indivíduos: - Acima de 35 anos; diabetes tipo I com mais de 15 anos de duração; diabetes tipo II com mais de 10 anos de duração; presença de qualquer outro fator de risco para Doença Arterial Coronariana; Doença Vascular Periférica; presença de doença microvascular (retinopatia ou nefropatia); neuropatia Autonômica.
     Indivíduos com complicações não devem ser admitidos em programas de exercício físico, por estarem submetidos a maior risco de evento cardíaco durante a prática dos exercícios. A identificação das condições do indivíduo permitirá a elaboração de uma prescrição individualizada de exercícios que pode minimizar o risco para o diabético. O programa de exercício deve ser agradável, o paciente escolhe a atividade que goste e variar o tipo de exercício. O diabético deve fazer exercício num local e horário adequado. O exercício deve ser regular e perto da sua casa ou perto do local de trabalho. O comportamento do paciente deve ser reforçado por si, sua família e pelos profissionais envolvidos no programa.

Efeitos do exercício físico no diabetes Tipo I (DMID)
     O exercício no DMID é, na maioria das vezes, realizado em condições de deficiência ou excesso de insulina. A insulina é um dos principais hormônios responsáveis pela regulação metabólica no repouso e mesmo durante o exercício, a presença de diferentes estados insulinêmicos pode afetar distintamente as respostas metabólicas durante e após o exercício físico, fazendo com que o exercício melhore ou até, deteriore o controle glicêmico do indivíduo diabético.
     As respostas pelo estado metabólico aos exercícios são influenciadas pelo estado metabólico em seu início. Em presença de deficiência de insulina e cetose, os exercícios causarão um aumento da glicose plasmática, acelerando a formação de corpos cetônicos. Isso ocorre porque a captação da glicose pelo músculo, medida pelos exercícios, depende da insulina, e com uma deficiência da mesma o aumento habitual da captação de glicose pelo músculo, durante os exercícios, estará diminuindo. A deficiência de insulina resulta em um grande aumento da produção de glicose pelo fígado e as concentrações de glicose circulantes no plasma aumentam significantemente. A resposta aos exercícios efetuados por um paciente com deficiência de insulina pode ser constatada com a situação clínica mais comum, em que o exercício é efetuado no momento em que existe um relativo excesso de insulina na circulação.
     A glicose plasmática diminuirá durante os exercícios, ocorrendo à observação clínica de hipoglicemia provocada pelos exercícios. A elevação dos níveis de insulina causa uma inibição da produção hepática de glicose, a captação de glicose pelo músculo aumenta com os exercícios, mesmo assim, o fígado é incapaz de aumentar sua produção de glicose, para repor sua perda na circulação, ocasionando uma queda da glicemia.
     Em estudos verificaram que indivíduos diabéticos, privados de insulina por 24 horas e em estado cetótico, apresentavam aumento da glicemia e da cetose durante o exercício físico leve a moderado, enquanto os indivíduos não-cetóticos não modificavam essas variáveis.


Efeitos do exercício físico no diabetes Tipo II (DMNID)
     A fisiopatologia DMIND caracteriza-se basicamente pela diminuição da sensibilidade do organismo à insulina, ocorrendo predominantemente na musculatura esquelética, refletindo na diminuição do metabolismo não oxidativo da glicose.
     O exercício moderado pode melhorar a hemoglobina glicosilada e a secreção de insulina, e esses efeitos podem ocorrer independentemente da manutenção ou não da massa corporal. Isto pode sugerir que esses efeitos benéficos não são necessariamente relatados para o treinamento, mas refletem bastante no complemento do efeito do aumento da sensibilidade à insulina após cada sessão de exercício.
     As maiorias dos estudos demonstram melhora em pacientes diabéticos que se exercitam regularmente, acreditando ser primeiramente devido a potencialização da ação insulínica na musculatura esquelética. O exercício ao aumentar a sensibilidade à insulina em DMIND, auxilia no controle do estado glicêmico desses pacientes, devendo portanto, ser incluído no tratamento dessa doença.

Referências: 
http://www.efdeportes.com/efd88/diabetes.htm

Postado por Camila Nedel



Hormônio do crescimento


O Hormônio de Crescimento Humano (hGH, GH ou Somatropina) é secretado pela glândula hipófise que é  localizada no centro do cérebro, com picos de produção durante a adolescência quando o crescimento é muito rápido. É o hormônio primário responsável por manter a saúde física e mental e pela reparação conserto dos tecidos, curando, fazendo a substituição de células, força  óssea, função cerebral, produção de enzimas, integridade dos cabelos, unhas e pele. Devido ao seu tamanho, complexidade e configuração estereoscópica não pode ser tomado por via oral, somente por injeções.

Principais funções :
-       * aumento da capitação de aminoácidos para a síntese protéica/
-      *  redução da quebra de proteínas;
-       * estimulação do crescimento da cartilagem e do osso;
-       * estimulação da reprodução celular;
-       *acentuação da utilização de lipídeos e diminuição da utilização de glicose para obtenção de energia.
   
   O Gh estimula o fígado a secretar pequenas proteínas chamadas de “somatodinas” (ou fatores de crescimento semelhantes a insulina) que atuam em conjunto com o GH aumentando seus efeitos.
Com o exercício a liberação de GH é estimulada por meio da produção de proteínas que inibem a produção de “somatotastina” pelo fígado, um hormônio que reduz a liberação de GH. Por isso é recomendado a crianças que possuem nanismo a prática de exercício físico para ajudar a liberação de GH por meio da tentativa de inibição da “somastotatina”.
Nos pacientes adultos com deficiência de GH, a sua reposição provoca aumento da capacidade física, diminuição do peso corporal, redistribuição da gordura abdominal, aumento da massa muscular, melhora do humor e do desempenho intelectual.

Em função destes excelentes efeitos benéficos, seu uso passou a ser especulado em situações como a obesidade severa e, principalmente, no sentido de reduzir o processo de envelhecimento e para a melhoria do condicionamento físico.
No que se refere ao efeito antienvelhecimento, o mesmo não está demonstrado. Até ao contrário, em pessoas normais e idosas, ocorre uma redução progressiva da produção de GH, sendo este processo considerado associado ao envelhecimento. Doenças crônicas associadas, alterações nutricionais, redução de atividade física, alterações de sono e uso de diversas medicações são situações em que pode haver piora desta produção hormonal. O emprego de GH em idosos pode apresentar graves efeitos colaterais, como o desencadeamento de diabete melito, aumento da pressão arterial, agravamento de dores articulares e artrose, inchumes (edemas) e piora de função cardíaca e renal.
Dependendo da dose empregada, podem surgir sinais e sintomas semelhantes à acromegalia, conforme descrito no artigo "Acromegalia".
Referencias : http://www.abcdasaude.com.br/


Postado por Camila Leão.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Exercício Físico em Altitudes Elevadas

Milhões de pessoas vivem hoje em localidades situadas a 3.048 metros acima do nível do mar, caracterizando uma grande altitude. Porém, uma longa exposição a estes lugares pode gerar a morte daquelas pessoas não aclimatadas, devido a pressão anormal de oxigênio presente (hipoxia) no ar ambiente. Por isso, a prática de exercícios físicos nas altas e até médias altitudes vem se tornando um desafio para aqueles que buscam uma nova aventura.


A densidade do ar diminui progressivamente ao elevar-se acima do nível do mar. Entretanto, as dificuldades fisiológicas encontradas nas grandes altitudes provém diretamente da menor pressão de oxigênio ambiente, a qual diminui de acordo com o aumento da altitude. O pO2 ambiente ao nível do mar é de aproximadamente 150 mmHg, enquanto a 3.048 m acima do nível marítimo este valor cai para 107 mmHg. No monte Everest (8.848 m), local mais alto do planeta Terra, o pO2 gira em torno de 42 mmHg, correspondendo a 30% do oxigênio disponível no nível do mar.

Aclimatação refere-se a ajustes fisiológicos do corpo em resposta à mudança no meio ambiente térmico, que podem variar ainda num mesmo local. Cada ajuste a uma maior elevação se processa progressivamente e a aclimatação plena leva tempo de acordo com a própria altitude. A exposição brusca a 4.300 m, por exemplo, acarreta uma redução de 32% na capacidade aeróbica, em comparação com os valores ao nível do mar. O aumento no impulso respiratório e no fluxo sanguíneo são as duas respostas fisiológicas imediatas mais significativas à exposição de grandes altitudes. A altitude, porém, não prejudica o sistema de energia anaeróbica a curto prazo. O armazenamento de glicogênio, vias de glicólise e ação das enzimas fosforilase e fosfofrutoqinase não são alterados, enquanto o acúmulo máximo de lactato é diminuído nas elevações extremas.

Dentre outras respostas fisiológicas à aclimatação, destaca-se o aumento da frequência sistólica do coração, que pode aumentar em até 50% em relação ao valor do nível do mar. A atividade da adrenalina aumenta progressivamente com o passar do tempo durante o repouso e o exercício com uma exposição à altitude, visto que em em apenas seis dias os níveis de noradrenalina alcançam valores máximos. O ar ambiente frio e seco de regiões montanhosas favorece a rápida evaporação da água corporal, causando desidratação.

Simultaneamente à estes ajuste já mencionados, ainda ocorrem outros de ação mais lenta quando há uma prolongada exposição às grandes altitudes. Há regulação do equilíbrio ácido-básico dos líquidos corporais e síntese de hemoglobinas e hemácias (devido a redução do pO2 arterial). Decorrente da produção dessas células sanguíneas, há um aumento na capacidade do sangue de carregar oxigênio, antecedente a uma redução inicial do volume plasmático. A perda de massa corporal é também um grande problema sofrido pelos atletas em grande altitudes. Fibras musculares podem sofrer uma atrofia de até 20%, a eficiência da absorção intestinal diminui e a taxa metabólica basal aumenta.

A aclimatação completa exige no mínimo duas semanas numa altura de 2.300 m e mesmo assim não compensa plenamente o estresse da altitude. Apesar da aclimatação, o volume máximo de O2 cai em cerca de 2% a cada 300 m acima de 1.500 m. As reduções relacionadas à altitude na função fisiológica anulam quaisquer efeitos benéficos da aclimatação. Isso explica em parte a incapacidade de conseguir os mesmo valores do VO2 máximo que vigoram ao nível do mar numa determinada altitude, até mesmo após a aclimatação.


Postado por Lucas Jezuino

Referências Bibliográficas:
Fisiologia do Exercício - (William McArdle, Frank Katch, Victor Katch)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Exercício físico em jejum


O Exercício Físico, como todo mundo já sabe, faz muito bem à saúde. O importante é sempre fazer o que se gosta, andar ou correr, qualquer exercício é bom, ainda mais quando combinado à uma alimentação saudável e balanceada. Principalmente para quem quer perder peso, um bom exercício aeróbio e refeições 
balanceadas são necessários para atingir esse objetivo. Um ponto importante é não fazer exercícios quando estiver em jejum.  

Durante a execução dos exercícios físicos, se o indivíduo estiver em jejum, seu nível sanguíneo de glicose (CARBOIDRATO) pode estar muito baixo, condição que denominamos estágio inicial de hipoglicemia. Neste momento então, as proteínas passam a ter importante participação no metabolismo e ressíntese de energia, o que não é interessante.  O indivíduo perde massa magra, diminui seu metabolismo e acaba ficando mais leve, mas, bem mais gordo. Na combustão de gorduras, responsáveis pelo fornecimento da maior quantidade de energia, em repouso e nos exercícios de baixa ou moderada intensidade e longa duração, o ácido graxo (gordura) depende da presença do ácido oxaloacético, produto derivado da glicose. Sem este derivado da glicose, não há utilização de gorduras, de tal forma que a gordura então queima na chama dos 
carboidratos. Se o exercício prosseguir  haverá produção de corpos cetônicos, responsáveis pela acidose metabólica e fadiga.  


O exercício físico realizado quando não há reserva de glicogênio, como acontece no jejum, pode-se dizer que é um exercício em um estado extremo, pois as quantidades de glicogênio não são suficientes para para mobilizar energia e possibilitar tamanho esforço. Nesse caso os lipídeos serão utilizados como fonte primária de energia, devido a sua capacidade de produção de ATP através da beta-oxidação de triacilgliceróis e a partir dai entra no ciclo de Krebs para ser produzido o piruvato.
Esse tipo de exercício não visa um bom rendimento, pois não pode ser realizado em grande intensidade e nem por mais de 30 minutos de duração, a partir desse período o organismo começa a catabolizar proteínas de forma mais intensa afim de produzir glicose e ATP e isso gera uma desaminação liberando uma grande quantidade de nitrogênio para a produção de uréia, o que pode sobrecarregar os rins.

O cérebro é um órgão que exige um grande consumo de glicose, e como não há glicose no organismo ele se supre com os corpo cetônicos que são formado a partir do excesso de Acetil-CoA que ainda não foi utilizado. Essa grande formação de corpos cetônicos aumenta a acidose sanguínea e pode causar toxicidade, e existem organismos que não suportam fazer exercícios nesse estado fisiológico e sofrem desmaios podendo causar danos neurológicos.

Referências:
http://www.polmil.sp.gov.br/unidades/ccfo/portal/web/layout/imagens/revistas/2.pdf
anotações feitas em sala de aula.

Postado por Camila Nedel

Atividade física na infância e adolescência

Um estilo de vida ativo em adultos está associado a uma redução da incidência de várias doenças crônico-degenerativas bem como a uma redução da mortalidade cardiovascular e geral. Em crianças e adolescentes, um maior nível de atividade física contribui para melhorar o perfil lipídico e metabólico e reduzir a prevalência de obesidade. Ainda, é mais provável que uma criança fisicamente ativa se torne um adulto também ativo. Em conseqüência, do ponto de vista de saúde pública e medicina preventiva, promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida. Nesse contexto, ressaltamos que a atividade física é qualquer movimento como resultado de contração muscular esquelética que aumente o gasto energético acima do repouso e não necessariamente a prática desportiva.

Existe associação entre sedentarismo, obesidade e dislipidemias e as crianças obesas provavelmente se tornarão adultos obesos. Dessa forma, criar o hábito de vida ativo na infância e na adolescência poderá reduzir a incidência de obesidade e doenças cardiovasculares na idade adulta. A atividade física também pode exercer outros efeitos benéficos a longo prazo, como aqueles relacionados ao aparelho locomotor. A atividade física intensa, principalmente quando envolve impacto, favorece um aumento da massa óssea na adolescência e poderá reduzir o risco de aparecimento de osteoporose em idades mais avançadas, principalmente em mulheres pós-menopausa.


Os princípios gerais que regem as respostas do organismo ao exercício e ao treinamento físico são os mesmos para crianças, adolescentes e adultos. Por outro lado, existem particularidades da fisiologia do esforço em crianças que decorrem tanto do aumento da massa corporal (crescimento) quanto da maturação, que se acelera durante a puberdade (desenvolvimento).

Em relação à potência aeróbica, ocorre um aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2max) em termos absolutos ao longo da idade, com maior aceleração em meninos do que em meninas. 
Esse aumento do VO2max está intimamente relacionado ao aumento da massa muscular, de forma que se considerarmos o VO2max corrigido por indicadores de massa muscular, não existe aumento com a idade em crianças e adolescentes do sexo masculino (VO2max/kg peso corporal permanece constante), enquanto ocorre um declínio progressivo em meninas (diminuição do VO2max/kg peso corporal).

A potência anaeróbica aumenta em função da idade em proporção maior do que o aumento da massa muscular, evidenciando um efeito da maturação sobre o metabolismo anaeróbico. A potência anaeróbica não difere entre meninos e meninas pré-puberes, mas cresce proporcionalmente mais em meninos a partir da puberdade. Assim sendo, o aumento da potência anaeróbica deve-se tanto à maior massa muscular, quanto ao efeito da maturação hormonal sobre as características funcionais do músculo esquelético. Ainda, a capacidade de produzir lactato é menor na criança do que no adulto, sendo um dos motivos pelos quais ela se recupera mais rapidamente após exercícios de alta intensidade e curta duração, estando pronta para um novo exercício mais precocemente. Outra característica que se desenvolve com a maturação sexual é o potencial de tamponamento da acidose muscular, que aumenta com a idade, permitindo a realização de exercícios láticos mais intensos.

Do ponto de vista de saúde pública, as crianças e adolescentes aparentemente saudáveis podem participar de atividades de baixa e moderada intensidade, lúdicas e de lazer, sem a obrigatoriedade de uma avaliação pré-participação formal. É importante que algumas condições básicas de sáude – como uma nutrição adequada – estejam atendidas para que a atividade física seja implementada.

Quando o objetivo é a participação competitiva ou atividades de alta intensidade, uma avaliação médico-funcional mais ampla deve ser realizada, incluindo avaliação clínica, da composição corporal, testes de potência aeróbica e anaeróbica, entre outros. A avaliação pré-participação tem como objetivo básico assegurar uma relação risco/benefício favorável e deve considerar seus objetivos, a disponibilidade de infra-estrutura e de pessoal qualificado. O risco de complicações cardiovasculares na criança é extremamente baixo, exceto quando existem cardiopatias congênitas ou doenças agudas. A presença de algumas condições clínicas exige a adoção de recomendações especiais e devem ser identificadas e quantificadas, tais como a asma brônquica, a obesidade e o diabetes melito.
Do ponto de vista do aparelho locomotor, sabe-se que os ossos de uma criança ainda estão em formação em geral até o final da segunda década. As placas de crescimento são vulneráveis e lesões por traumatismos agudos e overuse. Dessa forma, devem ser identificadas características anatômicas e biomecânicas que possam facilitar a ocorrência dessas lesões.


O objetivo principal da prescrição de atividade física na criança e no adolescente é criar o hábito e o interesse pela atividade física, e não treinar visando desempenho. Dessa forma, deve-se priorizar a inclusão da atividade física no cotidiano e valorizar a educação física escolar que estimule a prática de atividade física para toda a vida, de forma agradável e prazerosa, integrando as crianças e não discriminando os menos aptos.

A competição desportiva pode trazer benefícios do ponto de vista educacional e de socialização, uma vez que proporciona experiências de atividade em equipe, colocando a criança frente a situações de vitória e derrota. Entretanto, o objetivo de desempenho, principalmente quando há excessivas cobranças por parte de pais e treinadores, pode trazer conseqüências indesejáveis, como a aversão à atividade física. Por essa razão, o componente lúdico deve prevalecer sobre o competitivo quando da prescrição de atividade física para as crianças. Igualmente importante é oferecer alternativas para a prática do desporto, de forma a contemplar os interesses individuais e o desenvolvimento de diferentes habilidades motoras, contribuindo para o despertar de talentos.


Referências:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-86921998000400002&script=sci_arttext

Postado por Camila Nedel


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Alimentação no treino


       Devemos nos atentar à qualidade da alimentação com um todo, consumindo quantidades adequadas de proteínas, carboidratos e gorduras, e  investindo em alimentos fontes de vitaminas e minerais.
             Vale excluir da lista de compras os alimentos que aumentam a gordura corporal,
como os alimentos ricos em açúcar e gordura. É importante também adotar uma regularidade na quantidade e horários de refeições, estabelecendo-se uma alimentação com fracionamento mínimo de cinco à seis refeições ao dia, já que quando as calorias são distribuídas em poucas refeições, seu excesso favorece o acúmulo gordura no corpo.
            Já para enfatizar o ganho de massa muscular, além do correto fracionamento das
refeições durante o dia, deve-se também prestar atenção nos lanches nos momentos pré-treino e pós-treino.
           Alimentacão pré-treino: A alimentação antes do treino é necessária para o bom rendimento atleta e para continuidade do estado anabólico durante o exercício. O catabolismo proteico e a disponibilidade de aminoácidos para oxidação no ciclo de Krebs estão relacionados com o exercício e com a diminuição das reservas de glicogênio, daí surge a importância da ingestão de carboidratos para a manutenção e reposição do glicogênio muscular. É importante também consumir alimentos fontes de proteínas para garantir um bom rendimento durante o treino. Vale a dica de não consumir alimentos gordurosos como o açaí, por exemplo, pois a gordura aumenta o tempo que os alimentos ficam no estômago, desviando o fluxo sanguíneo para esta região, e não para musculatura.


          Durante o treino: Durante o exercício deve-se tomar água afim de evitar a desidratação, que pode vir a causar perturbações intestinais, aumento da viscosidade do sangue, aumento da frequência cardíaca e aumento da temperatura interna necessária para sudorese, diminuição no volume venoso central, diminuição no fluxo sanguíneo para os órgãos e menor capacidade de bombeamento para o coração.


          Pós-treino: Algumas pessoas consomem erroneamente apenas carboidrato, ou unicamente proteína, e isto impede os reais objetivos da alimentação pós-treino: promover a recuperação do glicogênio muscular e estimular a síntese proteica. Imediatamente após o exercício, os músculos que estavam ativos se preparam para restabelecer a energia gasta e maximizar a entrada de nutrientes ( dar inicio ao processo de repleção dos estoques de glicogênio utilizando carboidratos, a fim de aproveitar o melhor momento de síntese do glicogênio induzida pelo exercício ) os músculos estão aptos a captar glicose independente insulina, estão com a sensibilidade aumentada à ação da insulina que é secretada após o estímulo da glicose e a concentração diminuída de glicogênio eleva a atividade da enzima glicose-sintetase. 


         Durante o treino, ocorre uma diminuição natural na insulina circulante, sendo que, por meio da ação de receptores específicos, a glicose entra nas células sem depender de insulina nesse momento. Este fenômeno é conhecido como período insulino-independente, com duração de uma a duas horas após a atividade física. Quando se ingere um alimento em tal fase os nutrientes são facilmente absorvidos.

         A combinação de carboidratos com proteína é a mais eficiente para estimular secreção de insulina. A insulina secretada com essa combinação é importante para o interior dos miócitos, fundamental para síntese proteica. Com isso, inibe-se o catabolismo e estimula-se o anabolismo proteico.
       Deve haver a reposição de carboidrato para reposição do glicogênio muscular e fornecimento de proteína para a construção muscular ( a proteína vem a cobrir as microlesões provocadas pelo stress muscular ). Se o objetivo for apenas performance e manutenção de massa muscular, dê mais atenção ao carboidrato do que a proteína. Porem se o objetivo é perda de massa gorda, o ideal é consumir pouco carboidrato, prestando atenção no baixo índice glicêmico evitando um elevado aumento repentino da glicemia, e acompanhado de proteína magra.

        Em suma, a reeducação alimentar e a organização entram em destaque, juntamente coma instrução de um treinador físico, pois se quisermos delinear nosso corpo, devemos antes de tudo delinear bem a alimentação e os exercícios, com a devida disciplina e planejamento da alimentação, bem como com a conscientização das renúncias que deverão ser feitas para se conseguir, solidamente, o equilíbrio. Juntamente com o apoio de um NUTRICIONISTA


Referências : http://fisiculturismo.com.br/forum/topic/6557-a-importancia-do-glicogenio-na-musculacao/


http://www.clinica449.com.br

Postado por Camila Leão